O ato de brincar ainda não é visto pela população como algo fundamental ao desenvolvimento infantila 90, sendo considerado apenas mais uma forma de se divertir e passar o tempo. Somente 19% dos brasileiros acreditam que brincar e passear são atividades importantes para a criança de até 3 anos. E, para 26%, é o pai quem deve assumir as brincadeiras de contato com a criança, como pega-pega e cavalinho.91

Informações que valem ser divulgadas

  • A essência da infância está nos momentos que a criança tem para a exploração: o faz de conta, a brincadeira e o jogo. Por isso, esse momento é fundamental para o desenvolvimento, um direito já previsto em lei 92 e tão importante quanto dormir e se alimentar.
  • Muitos adultos consideram a brincadeira como atividade exclusiva da criança. De fato, é a linguagem da infância. Mas é importante lembrar que é permitido (e até esperado) que os adultos brinquem (sozinhos, com outros adultos e com crianças).
  • Nos momentos lúdicos, é possível aprender mais sobre as crianças do que se imagina: o que elas sabem, como estão se sentindo, como reagem diante de um desafio. Esses são aspectos, na maioria das vezes, não verbalizados por elas.
  • Durante o brincar, a criança adquire habilidades para se tornar capaz de aprender a aprender, seja por meio de suas ações sobre os objetos e pessoas, seja por suas reações a esses estímulos. Ou seja, ela é ativa em seu desenvolvimento.
  • Devemos brincar com a criança desde o seu nascimento. Além de ser divertido, o brincar proporciona diversas coisas boas: estimula o conhecimento do próprio corpo, a força, a elasticidade, o desempenho físico, o que promove um melhor desenvolvimento motor; favorece o raciocínio, estimula a criatividade e a imaginação; a brincadeira em grupo facilita o convívio social, ajudando a criança a entender as regras e os limites das relações.
  • Outros ganhos fundamentais do brincar – mesmo que por pouco tempo – são a construção e o fortalecimento de vínculos, pois as crianças entendem que os adultos se importam com elas.
  • Estimule a criança a brincar livremente através da imaginação, do “faz de conta”. Mesmo que você esteja em um lugar pequeno, sem brinquedos especiais, o importante é que ela perceba a sua atenção.
  • Vale destacar a importância de não proteger excessivamente as crianças durante as brincadeiras. Uma pesquisa feita por uma multinacional de produtos de limpeza mostrou que os pais brasileiros (se comparados aos argentinos, franceses e britânicos) são os que dão menos liberdade aos filhos nesse quesito: 82% deles alegam que a preocupação de que a criança se machuque impede que eles permitam essas novas experiências.93

Informação sem complicação

  • Procure mostrar, com exemplos ou depoimentos, que, por meio da brincadeira, as crianças aprendem sobre o mundo à sua volta, os espaços, os objetos e as pessoas. Elas fazem isso experimentando, errando, tentando de novo, acertando e descobrindo.
  • Reforce que atividades como pintar, desenhar, inventar histórias, correr e saltar são mais do que uma diversão, elas estimulam a mente e o corpo da criança.
  • Exemplos práticos de brincadeiras que divertem adultos e crianças também podem ajudar. Que tal mostrar atividades com balões ou bolinhas de sabão? Há muitas opções e as sugestões devem levar em conta diversos fatores, como os diferentes contextos e regiões. Lembre-se de destacar que não é necessário ter muito tempo ou dinheiro para as brincadeiras (veja exemplos em Mitos e verdades).
  • Evite associar o brincar à aquisição de brinquedos (em geral, caros). Mostre que brincar de faz de conta ou com objetos simples, do dia a dia da família, pode ser igualmente (ou mais) divertido e estimulante. Pense nisso na hora de escolher os exemplos. Eles devem servir para o maior número de pessoas e de realidades possíveis.

Ferramentas de comunicação e outras inspirações

Sugestões de imagens

  • Mostre cenas de crianças brincando com caixas, panelas, roupas e outros objetos do cotidiano para reforçar a ideia de que não é preciso ter muito dinheiro para proporcionar às crianças momentos lúdicos.
Crédito: Léo Sanches
  • Prefira imagens de brincadeiras e brinquedos dos locais em que as comunicações serão veiculadas para valorizar o contexto do público a que se destinam (veja exemplos práticos em Mitos e verdades).
Crédito: Léo Sanches